domingo, 22 de novembro de 2015

Sobre Musas e Cinema



Uma das coisas que mais me encantam na sétima arte é poder acompanhar o olhar plástico do diretor e ser influenciada por sua estética. Tenho observado o trabalho de alguns diretores, como Karim Ainouz, Abellatif Kechiche, Tony Gatlif e até mesmo Woody Allen. A naturalidade e crudeza com que representam personagens femininos por exemplo, é algo que me chama atenção. Adéle Exarchopoulos está simplesmente maravilhosa no filme "Azul é a cor mais quente.". Ela se entrega totalmente ao personagem, não usa maquiagem, segue completamente seus instintos, goza, enfim." O que há de mais sexy em uma mulher do que ser natural, fazer coisas naturais e sentir prazer? Vivemos em um mundo em que padrões de beleza são pré-estabelecidos. No Brasil, a situação é ainda mais sufocante. Uma ditadura do corpo, da beleza e do comportamento. Cantoras famosas como Cláudia Leite aconselham a mulheres e meninas a jamais se despentearem diante de seus maridos. ( Oi?) Gabriela Pugliesi ( Musa Fitness das redes sociais) aconselha as meninas mais jovens a se auto-punirem caso saiam da dieta. Em um país que exporta as mais belas modelos todos querem ser Gisele Bundchen.


     É uma pena, pois cada um tem seu charme e sua força. De que vale um mundo com pessoas iguais, sem diversidade?
      As musas dos filmes analisados tem sempre algo em comum: A força. São quase sempre protagonistas que pensam, sentem, fazem besteira, enfim, humanas. A empatia do personagem é transmitida ao público, o que raramente ocorre nas produções Hollywoodianas, na qual a mulher é vista como um coadjuvante que não parece ter uma alma revelada ao público.
      Em "O Segredo do Grão", também de Abellatif Kechiche, a dança final de Belly com alto teor de sensualidade, mesmo em um corpo não considerado encaixado nos conceitos de magreza atuais.

   
A própria Ásia Argento, musa do cinema underground, em Transylvânia. A dança, o sexo, a libertação são sempre elementos presentes nos filmes, associados a personagens femininos fortes. Aí eu me questiono, para quer querer ser Gisele quando você pode ser tantas mulheres interessantes, ou ainda melhor, pode ser você?












sábado, 2 de junho de 2012

A mulher brasileira para os italianos Trabalhando com moda na Itália, ou brincando de trabalhar, seja lá o que eu estou fazendo pude fazer muitas descobertas! Inclusive a de que a Garota de Ipanema não existe na Europa! Digo, no imaginário da Europa! O Rio de Janeiro para os Italianos não é o Rio que eu andei representando nos meus esboços para a empresa daqui. Enfim, chegou a tal hora de fazer a coleção com cara de Brasil. É para uma linha especifica e eu estou praticamente sozinha, nessa nova aventura! Depois da primeira reunião em que eu e minha parceira chegamos com painéis A3 com conceitos do que seria Rio para a gente. Doce ilusão. Nada do que fizemos foi conseiderado como inspiração. Eu e Re super animadas com painéis de inspiração com meninas loiras bronzeadas jogando vôlei em Ipanema! Bloquinhos com gente cool e antenada! Calçadão de Ipanema com pessoas bonitas bebendo suco natural! Búzios? Ilhas Cagarras? Florianópolis? NOT, NOT, NOT## Il capo di costume marcou com um círculo três imagens perdidas em nossos painéis! Escadaria Selarón, Boi Bum Bá, Maracujá, Chita e uma foto da Sônia Braga iterpretando a Gabriela que eu nem sei como foi parar no meu painel. Olhou para a nossa cara e falou "Explosione di colore" e foi embora. Bem, então vamos lá né; fazer uma coleção para uma linha chamada Copacabana16 com referência de Boi Bum Bá, escadaria do Selaron Frutas e flores. E quem ele chamou para essa tarefa árdua? As cariocas minimalistas! Eu e Renata! Como nada é fácil nessa vida aceitamos a tarefa árdua. Acontece que essa primeira reunião foi engraçada. Para não dizer trágica. Pois todas as referências que eu tinha de Rio era: Calçadão, Garota de Ipanema, Bossa Nova, Oscar Niemeyer. Onde eu tava com a cabeça né, Isso não existe aqui na Itália. A garota de Ipanema não existe no imaginário da Itália. A mulher brasileira que existe é alguma que não faz parte com certeza do meu ciclo de amizades. Talvez ela nem exista. Ela é meio morena, meio índia, usa panos amarrados no corpo, ama brilho e lantejoula, se alimenta só de frutas, sobe a escadaria da ladeira todo dia com um balde de água na cabeça.Não usa bojo no sutiã por que incomoda, usa tanga mínima, amarra as roupas que usa. Não tem dinheiro para comprar muitas roupas então é criativa e customiza a própria roupa com paetês, cortando, pois o que mais importa para ela é estar linda no carnaval! Ela tem uma arara de estimação. =) Quando estive com as meninas em Verona, uns ingleses pediram para tirarmos umas fotos deles depois que tiramos eles olharam para a nossa cara e perguntaram de onde éramos, com uma cara séria, meio nem aí. Aí falamos: Brasil; Eles abriram um sorriso de ponta a ponta e começaram a sambar na nossa frente. Eu, Nirvana e Renata ficamos perplexas sérias sem falar nada enquanto eles sambavam. Aí nos despedimos e começamos a subir as escadas do teatro de Arena, quando olhamos para baixo os turistas ingleses estavam mandando beijos para agente lá de baixo. Saímos correndo obviamente pois eles eram uó! Uma vez fui numa loja indiana e o cara ficou perguntando se eu era indiana com uma cara séria, muito séria aí eu disse Brasileira aí ele abriu um mega sorriso, Que Carina! Com todas as constatacoes desenvolvi os modelos... Bem quanto ao resultado eu não posso falar aqui! Mas depois que eu entendi o conceito fiz a coleção que foi praticamente toda aprovada na primeira reuniao! Segunda saberei os desdobramentos da meeting...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Magari...

Idéias palpitam da minha mente, chego em casa, coloco aspargos na frigideira, tomate seco, berinjela em rodelas, azeite, folhas de hortelã. No prato misturo queijo. Pico uma cebola roxa. Deito e penso no que fiz durante o dia; cortei pedaços de renda colorida grampeei, pensei em sobreposições, fiz uma equação de possibilidades de variantes. É engraçado trabalhar com criação. Na Itália como brasileira. Pensar em produtos que vão alegrar o dia de alguém que passa em Istambul ou nos Emiratos Árabes. Mudar a cava de uma calcinha, colocar um elástico que vai ajudar a dar um up no bumbum, colocar um zig colorido, detalhes tão pequenos que fazem tanta diferença. O que são detalhes na vida de alguém? Existem pessoas que nascem, crescem e morrem e não ligam para detalhes, o que é um tempero de uma comida? Uma cebola roxa com um tomate seco e um aspargo? Uma cor diferente? Um tulle que se pode ver uma parte íntima? Um crochê que inspira culturas? Um sorriso para alguém? Eu amo detalhes. Eu nunca poderia trabalhar com outra coisa que não fossem detalhes, floreios. Alguém pode falar, que grande besteira, ou que grande romântica! O romantismo é comodditty na Itália e a sedução colabora pro PIB e faturamento de várias empresas como a que eu trabalho. Fui a Feira Internazionale Del Mobile, em Milão, belíssimas peças, claramente pensadas, a idéia do ornamento como algo tão importante! Vi negociações acontecendo, homens de terno e gravata correndo de um lado para o outro ! Pensar em algo belo aqui na Itália é profissão séria. Meu boss por exemplo ficou horas na reuniao me explicando por que eu não deveria usar listras no sutiã; a relação da puberdade feminina, dos seios crescendo com o fato de não poder listras muito grandes na parte superior. Fiquei passada, imagina a cena; um homem de terno e gravata, hetero, de uns 50 anos! Participei de uma reunião da empresa que trabalho aqui, com as mais importantes compradoras e pessoas influentes do mundo que trabalham para a empresa. O que incluía, a filha do dono, a esposa do dono e as outras compradoras,imagina, típicas donas italianas; salto altíssimo, olhar firme, maxi pulseiras e bijous, batom vermelhasso e Pucci dos pés a cabeça! A imagem da Donna da marca que trabalho é minuciosamene pensada, a lingerie é pensada para seduzir! Não existe esse negócio de Stella Mcartney aqui não! Os modelos são sexys mesmooooooooo! O problema é que com a crise, algumas coisas são cortadas e o desafio é ser sexy e poderosa por vinte euros =) Shangai e Bangladesh sabem bem! Tenho descoberto um lado meu bem maximalista, meu boss ( Diretor de estilo da empresa, Il capo Del capi del intimo ) tem me ensinado sobre bojos e floreado minhas idéias e me feito pensar em rendas, recortes, drapês, elásticos, transparências, bordados, flores, lacinhos e muita sensualidade! E me feito pensar que Menos não é Mais!!! Eu tinha um conceito antigamente de que menos é mais, não sei por que, peguei isso muito do Rio. Esse estilo cariocão clean GAP. É engraçado que durante a faculdade eu desenhava roupas, mas nunca quis desenhar nada sexy! Mas aqui na Itália...Você vai na esquina em frente a um chafariz e vê uma Donna de vestido verde Aspargo com salto quinze centímetros dando comidinha para o cachorro e pensa ok, vamos rever os conceitos. Você vai na balada e o cara que chega na sua amiga, tem anéis nas mãos, usa encharpe e balança o cabelo. É muito bom viver num local que não existe a palavra Brother, nem a palavra Cerva e nem a palavra Sussa. Desculpa, falei. Falei, to em casa, nem quero voltar. Porém nem tudo são flores, com a crise o PÍU TOSTO ( So much ) tem sido cortado, as lojinhas chinesas invadem as ruas e os indianos e os árabes trabalham horrores e passeiam horrores e eu vejo eles horrores em todos os lugares, brasileiros também, e música do Michel Teló toca all the time, a moda do cabelo Neymar é febre entre os teens daqui, pronto falei. Nem tudo são flowers. Haverá um mundo ideal para eu viver de pessoas finas e elegantes, por enquanto eu vou me divertindo, bebendo vinhos baratos, me apaixonado por gays e tirando fotos de vitrines. Beijos boa noite a tutti.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

E se eu não quiser ser TÃO cool, fresh e jovial?









Em primeiro lugar gostaria de pontuar o fato de que o Rio de Janeiro, ao meu ver é uma das cidades mais criativas em termos de referência fashion justamente pela simplicidade e despreocupação do vestir... Mas na minha, humilde opinião, quem não quiser se vestir assim pode né???? Ou não pode???



Existe escolha no Rio para quem não quer ser TÃO cool, fresh e Jovial? Quem não quiser usar Blusa branca e bermuda e um óculos RAYBAN? Sei lá quem quiser parecer meio velho ( E não falo desse efeito Instagram ) Bem, falo isso por experiência própria, de uns tempos pra cá fiquei meio de saco cheio do meu guarda roupa e

resolvi fazer algo diferente! Mas sempre que saio as pessoas me olham com cara de reprovação, ódio no coração ou vergonha alheia! Exemplo: Vejo um filme da década de 50 com Sophia Loren e saio inspiradíssima com uma saia de linho, camisa social, pulseiras, relógio e saltinho, me empolgo no baby liss me achando a DIVA para tomar chá na casa da minha amiga,chegando lá todos me olham assustadíssimos de bermuda e camisão como se eu fosse um ser de outro planeta!



Compro um vestido DIVA Brechó comprido ( Comprido???? ) Para passear no Parque Lage e já me olham com reprovação ( Afinal eu deveria estar de camisão Malha Flamê, bermuda jeans, um rayban e Nos pés; Havaianas ou o all star branco!

Uma amiga minha foi GONGADA no ex trabalho por usar um espartilho!



Ai gente, cadê a sedução no vestir?? Sem ser a sedução de um silicone bem colocado, de um pó bronzeador ou um bom bronzeado ou um cabelo descolorido nas pontas. Essas coisas são charmosas mas o vestuário sempre é visto de forma negativa, se você capricha na roupa TÁ QUERENDO APARECER, quando na verdade só quer estrear aquela peça única que acabou de chegar com cheirinho da lavanderia e da passadoria, que mal há nisso? E você que ficou horas no salão para conseguir esse efeito nas madeixas? O meu cabelo está de qualquer jeito mas e daí? É crime?



Sei lá, esquecemos de códigos de sedução que sempre foram e serão eternos; uma cruzada de pernas, um olhar, um sinal de cavalheirismo, um perfume forte, um batom vermelho, um salto alto, um delineador, um suspensório ou sei lá o que, simplificando coisas e deixando tudo muito cool e igual....




Se a pessoa é sarada o cabelo brilha, ok, mas se a roupa está bem passada e a pessoa cheira bem TÁ QUERENDO APARECER? As clinicas de estética e as academias faturam enquanto a moda, o vestuário fica essa coisa meio demonizada no Rio, como se fosse coisa pra gente que gosta de torrar dinheiro ou sei lá o que...gente q quer aparecer...enfim, desabafo aí galera!!!!!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Francesco Morace o Future Concept Lab




Hoje vou falar de uma de minhas paixões italianas:

Francesco Morace é um sociologo e jornalista italiano que dirige um dos mais importantes institutos de pesquisas sobre têndências, o FUTURE CONCEPT LAB.

Ele trabalha há mais de 15 anos no campo de pesquisas sociológicas.

Como consultor estratégico desenvolveu inúmeros trabalhos para empresas italianas e internacionais, além de palestras e seminários na França, Espanha, Alemanha, Holanda, Japão, Colômbia e Brasil. Professor da Domus Academy, em Milão e da Bocconi, escola de administração também em Milão, Francesco publicou inúmeros livros: Chi ha lasciato il segno? (1987), Controtendenze (1990), Metatendenze (Metatrends 1996).



Francesco Morace é também editor da revista on-line Mindstyle Magazine

escreve também em um blog Bem interessante por sinal, para designers, empresários, economistas que querem estar por dentro das previsões globais sob a ótica comportamental das macrotendências.




Acabei de ler um livro ótimo dele " Consumo autoral" gerações como empresas criativas (trad. Kátia Castilho – São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, 2009).





Segundo Morace:

“O mundo das mercadorias e dos produtos deverá cada vez mais se confrontar
com um novo protagonista do mercado: o consumidor autor.” dentro da discussão sobre o consumo autoral, falar
de inovação significa permitir que o design e a criatividade tenham uma função que até
há pouco tempo, era exclusiva à tecnologia.
Os americanos nomeiam esse fenômeno de “Design Thinking”, que está
redefinindo as novas regras de mercado e cujo sentido estético é plural: arquitetura,
moda, design, artes gráficas e visuais provocam uma nova experiência estética, ligada
também à intuição, se aproximando da essência da Renascença, quando a arte, a ciência,
o espírito e a tecnologia se encontraram. Essa união é notável nas invenções de
Leonardo da Vinci. É nessa dimensão que o Future Concept Lab acredita ser necessário
repensar a inovação e a experiência do consumo. A diferença entre o Renascentismo e o
momento atual é que a criatividade não está disponível apenas para alguns como
aconteceu na época de Michelangelo, mas invade a vida de cada indivíduo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mostra " Vestígios de Brasilidade "




Vestígios de Brasilidade é o nome da exposicão que está aberta para visitação no Santander Cultural em Recife até 31 de julho. 40 artistas brasileiros entre eles, Ana Elisa Egreja, Ana Miguel e Cadu, apresentam suas obras relacionadas a uma suposta identidade nacional. Leia abaixo o texto de Marcelo Campos;







"Apresentamos a exposição Vestígios de brasilidade como um convite vertiginoso, um rodopio por situações poéticas que nos relembrem um Brasil em pedaços, em marcas visíveis e latentes, misturadas, coletivas. Busca-se, então, uma narrativa alegórica a partir de sete núcleos: quarta-feira de cinzas, fetichismo, vento, preguiça, sortilégios, geometria e casa. Tais vestígios despontaram com o passar do tempo, deixando a arte brasileira com diversos fios de conexão. Um deles, a brasilidade. Como convite a um baile, a uma dança, abriremos a exposição com quarta-feira de cinzas: os vestígios do carnaval, confetes, serpentinas, fantasias. Nos vestígios da folia, apresentam-se surdos, instrumentos musicais do carnaval carioca.






Os trabalhos ganham o caráter catártico e melancólico. Assume-se esta festa popular, “turistificada”. Também alegórico é o corpo negro na performance, deixando imprimir-se de preconceitos como camadas sutis e subvertendo-os pelo segredo de dominar a dança, o samba. Dos vestígios alegóricos, encaminhamo-nos, inevitavelmente, para o ornamental, a alegria na pletora de cores. A folia ganha sentidos de trabalho e fábula nas formigas que carregam confetes.

No mergulho orgiástico, surge o anti-herói. O fetichismo cria sensações sincréticas em símbolos, ritos e no corpo dos sujeitos. Evidenciam-se marcas mediúnicas nos transes católicos. Colocamos em jogo a subversão, hasteando bandeiras ao submundo, juntando Deus e o Diabo, criticando a repressão policial, com o anti-herói fugindo de corpo fechado. Erguem-se herdeiros dessa estética do subdesenvolvimento, agora, com a possibilidade de ganhar as ruas nas intervenções urbanas. A brasilidade, tão cantada na exuberância portentosa da natureza, hoje é apreendida como contrabando.

Para varrer os males, vamos chamar o vento. Invoquemos Iansã, dona dos ventos e das tempestades. O vento. A brisa, elemento mecânico e metafísico que faz vibrar as folhas, aciona o balanço da infância e produz os redemoinhos espontâneos, evocando os mitos nacionais da literatura.






Da preguiça, Macunaíma ganha a cena, nascendo nos livros costurados, no sono e na escultura malemolente. Uma preguiça sem caráter, invertendo a lógica da moral, convidando-nos a fabulações.

Do sonho, vamos à crença pelo encantamento, os pedidos de boa ventura: a magia das sete ervas, as flores no mar para Iemanjá, prática popular desde fins do século XIX, as procissões. O encantamento aparece na canção de Iemanjá, de domínio público. Sortilégios.

Por fim, recodificaremos a geometria. A partir de uma dupla herança, entre o construtivo e o popular, constroem-se ecos do modernismo aos trabalhos de hoje, como paradigma para o ilusionismo e o construtivismo contemporâneos.





As construções geométricas vão se tornando subjetivas, o casario flutua, como religiosidade, como ex-voto aos deuses do lar. Adentraremos a casa com a herança colonial e popular. Da presença intensa da colonização, o móvel austero cria raízes para mostrar a força de um espólio. Do sertão, a casa com varanda conquistada. Dessa possibilidade construtiva, agregamos sentimentos e valores afetivos erigindo totens, monumentos muitas vezes tão banais quanto as caixas de feira que, não por acaso, são construídas com pregos de ouro, assumindo, de vez, que a adversidade, uma terceira margem, é uma das nossas nobrezas."

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ultra-Femme




Quem seria a ultra-femme? Segundo o sociólogo italiano Francesco Morace, esta seria uma subdivisão de um segmento de consumo; Singular Women, as mulheres que em sua maioria possuem de 35 a 50 anos e são "singles", esse conceito do "single" estaria mais associado a uma nova perspectiva socioedemográfica nas sociedades do futuro de convivências e uniões não institucionais.






O Sociólogo, completa também o fato de que para este tipo de mulher é fundamental a relação do cotidiano com o jogo de sedução e poder, a relação com os estereótipos...como ocorre no livro e no filme O Diabo Veste Prada. Algumas marcas que investiram neste público foram a Victoria´Secret e Agent Provocateur, marcas de lingeries e cosméticos. A Dove, marca multinacional da Unilever desenvolveu a campanha da real beleza ( Campaign for the real beauty ) escolhendo para sua comunicação fazer referência a mulheres comuns propondo um ideal de beleza alcançável.






O autor, completa também que em relação a esse núcleo geracional, A América do Sul, América Central constituem a referencia para a produção e difusão de criatividade cada vez mais autônoma e original deste público. A importância do corpo e suas formas de expressão mais intensas.





A Ulltra femme é um tipo de modalidade que o mundo feminino tem adotado históricamente para assinalar a própria diversidade e singularidade radical, é a ênfase no potencial sedutor feminino, a partir daí do próprio potencial erótico. Francesco Morace pontua; o mito da femme fatale possui transgressões eróticas porém altamente sofisticadas, quase que acompanhadas por certa ironia.


Uma solução para as empresas que pretendem trabalhar para este segmento de consumo seria o de se apropriar de arquétipos clássicos de sedução feminina renovando, considerando o potencial criativo com radicalismo e singularidade...
E o de desenvolver uma hipótese de difusão e normalização da atitude ultrafeminina que começa a se sobrepor a identidade clássica, plena de novas referências eróticas, seguindo lógicas e principalmente tacteis e sensuais.

Segundo o Caderno de inspirações Verão 2011 do Senai, o Erotismo está em alta ! A voluptuosidade nas formas, os ícones de beleza como Penélope Cruz, Scarleth Johanson, Eva Mendes transmitindo uma resposta a magreza excessiva cultuada por jovens celebridades e modelos. O Brasil servirá como inspiração para novos produtos.
A imagem do país está conectada a beleza, feminilidade, calor e sedução.


Segundo Morace, o Brasil é o país mais representativo deste segmento de consumo.
Sua visão é a de que são mulheres que deixam marcas éticas e estéticas de grande caráter e de grande sensibilidade que prescendem de sua orientação familiar; e que possuem poder de decisão em diversar áreas da vida: familia, trabalho, casal.

Enfim, mulheres poderosas!

A estilista Daniela Helayel é brasileira, faz bastante sucesso em Londres e conquistou a Kate Midleton que usou em seu noivado com o principe William um vestido feito por ela que desfila no London Week e já cativou nomes como Sharon Stone, Scarlet Johanson, Naomi Campell, Eva Mendes, Madonna...

segundo Daniela, suas roupas são para mulheres reais, como ela, cheias de curvas.



Os vestidos são bem cortados, valorizam a silhueta, proporcionam o shape com cintura, os tecidos são nobres,jérsei, cetim, a inspiração vintage, abusa das cores, estampas...

Issa é o nome da grife.